Desde o seu surgimento, nas primeiras décadas do século XVIII, seu papel tem sido desenvolver habilidades e conduzir à melhor performance. O coach vem sendo melhorado pela ciência e por isso é cada vez mais eficiente.
Coach é uma palavra inseparável dos melhores filmes esportivos americanos. Por isso você poderá vê-la ou ouvi-la em longas como Race (2016), que retrata a história do campeão olímpico Jesse Owens, competidor negro que conquistou o podium no clímax da Alemanha nazista, na hostil Berlim de 1936, demonstrando, dessa forma, que a ideia de supremacia da tal raça ariana não passava de uma fantasia racista de Hitler. Por essa razão, dizem que o ditador saiu do estádio para não cumprimentar Owens.
Também muito inspirador, compondo a lista de filmes que narram superação, tendo como agente transformador a figura do coach, Desafiando Gigantes (2006), conta a história do treinador Grant Taylor, admirado por seu time, e consagrado na cena em que Taylor encoraja Brock Kelley, seu principal jogador, superar a própria crença limitante.
Menciono esses filmes apenas para demonstrar que a palavra coach está intimamente ligada à cultura vencedora na América e personificada na figura do treinador desportivo, frequentemente considerado o símbolo de estímulo ao limite do esforço e da capacidade física e mental para conquistas.
Coach é um profissional histórico
A história nos conta que a palavra coach era uma gíria no ambiente universitário de Oxford da década de 1830, para designar o professor particular que ajudava um aluno a se preparar para uma prova. Isso tempos depois da história associada à carruagem.
O sentido transferido para os esportes a fim de atestar pessoa designada para treinar atletas para competição, aconteceu em 1861.
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Finalmente, ganhou o sentido que conhecemos hoje quando influenciado por campos de atividade como a educação de adultos e pelo Human Potential Movement, no período da contra-cultura, há aproximadamente 60 anos.
Então, em 2000, a Universidade de Sydney passou a oferecer a primeira unidade de estudo em psicologia de coaching.
A principal mudança no Coaching em quase 200 anos
Quase duas centenas de anos depois, a razão de ser do coaching segue sendo a mesma, no entanto, sua habilidade de ajudar pessoas está muito mais refinada, por causa dos significativos avanços da ciência comportamental.
O coach é um coadjuvante que auxilia na descoberta de objetivos, limitações reais ou crenças limitantes e ajuda a superá-las.
Como ele faz isso? Utilizando, entre tantas outras, técnicas e ferramentas de estímulo à introspecção, ou autoconhecimento, método de investigação com base filosófica de Sócrates, expressa em um dos mais famosos apotegmas da filosofia: “Conhece-te a ti mesmo”.
Que faz um Coach, afinal?
A introspecção, diga-se de passagem, é considerada um método original da psicologia, usado desde a sua fundação por Wundt e William James, para verificar o funcionamento da mente, de acordo com John Broadus Watson, em O Comportamentalismo.
Talvez a principal característica que diferencia a ajuda do coach seja a sua relação muito mais pessoal com seu cliente, ou coachee, em comparação com outras áreas.
Daí as peculiaridades do atendimento do coach: longas conversas pessoais ou por videoconferência, reunião domiciliar e em alguns casos, viagens internacionais.
Em comparação, uma pessoa procura um psicoterapeuta para tratar o seu TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, submetendo-se a terapias clínicas, porém, essa mesma pessoa, caso buscasse um coach porque tem dificuldades para manter-se empregada, seria treinada para identificar e associar o TDAH à sua instabilidade no emprego, mas seria treinada para mitigar os efeitos do déficit de função executiva, que é um comprometimento comum para pessoas com TDAH. Nesse caso, o coach ajudaria a gerenciar melhor o tempo, organizar, definir metas e concluir projetos, ao invés de fazer uma terapia cognitivo-comportamental ou receitar Ritalina, pois essa é uma função de psiquiatra.
Como você percebeu, o enfoque do coach é a performance do seu cliente, a meta a ser estabelecida para o cliente é o resultado profissional, embora com lastro benéfico para outras dimensões. O foco não é tratar patologias, portanto, pois coaching não é psicoterapia.
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Então, para responder à pergunta do título, ser coach é ser um intermediário entre objetivo e resultado, entre fracasso e sucesso. Um profissional parceiro que faz uso principal da introspecção e por meio dela possibilita ao cliente se descobrir como um ser humano capaz.
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